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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Olimpíadas Vancouver 2010


Um dos esportes que acompanhei foi a patinação masculina.
Realmente a apresentação de muitos deles foi magnífica.
Me apaixonei pela humildade do japonês Oda, que infelismente teve
um problema com o cadarço do seu patins.
Estava torcendo pra que ele ficasse ao menos em 3 LUGAR.
Enfim achei que Evan esteve maravilhoso, mas outros participantes também
mandaram muito bem.
Segue uma Nota.


Naquela que talvez tenha sido a mais longa noite de sua vida, Evan Lysacek teve de esperar. Teve de esperar por suas notas no programa longo da patinação artística masculina, na noite da madrugada desta sexta-feira, nos Jogos Olímpicos de Inverno de Vancouver. E depois teve de esperar pelas apresentações de outros cinco patinadores - entre os quais dois antigos campeões mundiais.

Lysacek, 24 anos, de Naperville, Illinois, derrotou Yevgeny Plushenko, da Rússia, que levou o ouro na categoria em Turim 2006, e ficou com o título, tornando-se o primeiro americano a fazê-lo em 22 anos. O último patinador artístico dos Estados Unidos a conquistar ouro olímpico em uma prova individual da categoria havia sido Brian Boitano em 1988.

Lysacek conseguiu quebrar 18 anos de domínio russo sobre a modalidade, com pontuação total de 257,67 pontos. Plushenko, que reverteu a decisão de se aposentar para disputar mais uma Olimpíada, teve 256,36 pontos, o bastante para garantir a prata. Daisuke Takahashi, do Japão, quatro vezes campeão nacional em seu país, levou o bronze com 247,23 pontos.

Johnny Weir, três vezes campeão nacional dos EUA, terminou em sexto lugar, e Jeremy Abbott, o atual campeão americano, ficou em nono.

No início do programa longo, correspondente à fase final da modalidade, os três principais candidatos ao ouro - Lysacek, Plushenko e Takahashi- estavam separados por menos de um ponto em seus resultados. Assim, todos estavam sob pressão por uma boa apresentação. Todos sabiam que até mesmo um pequeno erro poderia significar a diferença entre o ouro e a prata, ou entre pódio ou não.

A decisão ficou nos pés de Plushenko, o último patinador a entrar no rinque. No início dos Jogos de Inverno, o russo, 27, três vezes campeão mundial, foi alvo de críticas por supostamente se concentrar demais nos saltos, sem atenção suficiente à técnica de patinação.

Mas na sexta ele e Lysacek receberam exatamente a mesma nota por seus componentes, ou seja, os elementos artísticos de suas apresentações. Nesse dia, foram problemas técnicos que custaram o ouro a Plushenko.

Patinando ao som de Tango Amore, ele iniciou o programa com um salto quádruplo de ponta e depois realizou diversos outros saltos. Ao longo da apresentação, ele tentou conquistar o apoio da plateia, atraindo aplausos com cada aceno de cabeça ou movimento de quadris. Ao encerrar, jogou um beijo na direção do público e estendeu as mãos para o alto, apontando na direção do céu.

Ao ver seu placar, Plushenko pareceu espantado. Antes, ele havia dito que não precisava ganhar o ouro em Vancouver ou defender o título conquistado nos Jogos anteriores. Para que precisaria? Ele já tinha duas medalhas olímpicas: o ouro conquistado em Turim 2006 e a prata conquistada em Salt Lake City 2002. Por isso, afirmou que chegar em segundo ou terceiro, e até mesmo em quarto ou quinto, estaria muito bom.

Lysacek, duas vezes campeão nacional, preferiu não falar sobre seus planos de resultado final na Olimpíada. Ele e seu técnico, Frank Carroll, declararam que patinar bem era a única meta. E foi exatamente isso que o americano fez no Canadá, com dois programas deslumbrantes e livres de erros.

Na sexta, Lysacek se apresentou de forma brilhante e quase sem erros ao som de Scheherezade. Entrou no rinque com um traje negro, decorado com brilhos nos ombros. Após, realizou seus saltos com precisão e mostrou facilidade ao conduzir oito saltos triplos, como se tivesse nascido para isso.

Durante suas sequências de manobras técnicas, as lâminas prateadas de seus patins brilhavam sob as luzes como que em um borrão de velocidade, e ele acompanhava de perto cada movimento da música. E quando por fim sua sequência de manobras estava para se encerrar, ele permitiu que um pequeno sorriso surgisse em seu rosto.

Apenas dois dos elementos de sua apresentação perderam pontos por problemas de execução - e não foram perdas muito severas.

Ao concluir a apresentação, ele ergueu os braços e socou o ar, antes mesmo de terminar seu giro. Lysacek repetiu a palavra "sim" inúmeras vezes, enquanto a plateia explodia em aplausos. E desta vez, ao contrário do que aconteceu ao final do programa curto, não houve lágrimas de alívio e alegria na área de espera, enquanto ele esperava pelos seus resultados.

"Eu não poderia ter pedido por muito mais que isso", disse o patinador. "Foi a melhor apresentação que já realizei, na noite mais importante da minha vida. Minha sensação sobre o meu desempenho é excelente".

Depois de ser informado de que havia conquistado o ouro, Lysacek começou a pular de alegria. Abraçou o técnico Carroll. Abriu um largo sorriso.

O patinador sempre foi conhecido como um atleta muito esforçado, mas não muito bem provido de talento natural para a patinação. Na sexta, todos os seus anos de esforço e treinamento por fim deram resultado.

Em pé no pódio, ouvindo a execução do hino dos EUA, ele sorria, enquanto Plushenko assistia à cena estoicamente, um degrau abaixo do campeão.

Mais tarde, com o fim, de sua última espera, Lysacek foi o último patinador a deixar o rinque, patinando com uma bandeira de seu país envolta em torno de seu corpo, como um xale.