As 500 peças e instalações de Inhotim, o maior museu aberto de arte contemporânea do mundo, localizado em Brumadinho, região metropolitana de Belo Horizonte, surpreendem os visitantes, que contemplam por horas as criações de artistas brasileiros e estrangeiros. Mas não é só a arte que tem destaque, já que o local é também um jardim botânico.
Inhotim abriga a maior coleção de palmeiras do mundo: 1,5 mil espécies. No local, são cultivadas da exótica e mal-cheirosa flor cadáver, da Indonésia, que só floresce a cada cinco anos, até a Vitória Régia, da Amazônia. Tem também uma das menores flores do mundo, a ervilha aquática e a samambaia-gigante, que surpreende no meio das trilhas.
A explicação para a união de arte com natureza está na origem de Inhotim, que era uma fazenda antes de virar museu. “A natureza aqui é moldura para obra de arte. É um complemento perfeito e harmonioso”, diz o arquiteto Marco Comíssoli.
O artista Hugo Franco só usa árvores condenadas e mortas em suas obras. Em Inhotim, ele enxergou em um tronco de uma árvore gigante, o corte que a transformou em um banco e é claro, uma obra de arte.
A criatividade desponta também nas esculturas de mármore, de bronze e de aço. As vigas do americano Chris Burden foram lançadas de um guindaste a 45 metros de altura em um tanque de concreto. Como caíram, ficaram e se transformaram em uma instalação. Gigantesca, ela pode ser vista de longe.
Cada uma a seu modo, as esculturas e instalações chamam a atenção. A instalação True Rouge, do artista brasileiro Tunga, chama a atenção pelas cores fortes e vibrantes. Já o cubano Diango Hernandez usou uma torneira, que parece não ter fim em sua obra. A tubulação segue através dos cômodos e dos móveis.
A fachada de uma casinha, original do século XIX, foi preservada por fora. Mas dentro, o teto é feito com bolinhas de isopor, que se movimentam ao sopro de ventiladores que reproduzem o movimento das nuvens. É um espaço para contemplar uma obra de arte que muda a cada instante.
Fonte: Jornal Hoje
